O comércio eletrônico nunca esteve tão em alta no Brasil. Entre as plataformas, a Shopee ocupa um lugar de destaque. Seu crescimento nos últimos anos é impressionante, alcançando diferentes públicos, desde pequenos lojistas até grandes volumes de vendas. Os benefícios de venda são evidentes, basta olhar para a quantidade de novos empreendedores entrando todos os meses.
No entanto, uma dúvida ronda muitos desses vendedores: a carga tributária na Shopee parece, em muitos casos, mais alta do que em outros marketplaces. Não faltam relatos sobre porcentagens de desconto elevadas, descontos de comissão, taxas e retenção de impostos logo no repasse dos valores. Esse desencaixe entre expectativa e prática levanta uma bola difícil de ignorar.
Será mesmo que vender na Shopee tem uma carga tributária maior? Ou tudo é questão de percepção?
Neste artigo, você vai entender os principais fatores que explicam por que a carga tributária na Shopee pode parecer tão elevada. Vamos analisar os tributos do e-commerce, o funcionamento das retenções da plataforma, os custos adicionais e, claro, mostrar como organizar o negócio para não ser “engolido” pelos descontos.
Tributação no e-commerce brasileiro
Primeiro é preciso entender o básico: vender online no Brasil envolve uma série de tributos federais, estaduais e municipais. Se você já vendeu em outros marketplaces, talvez conheça bem alguns desses nomes, mas vale relembrar:
- ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. É estadual e recai sobre praticamente toda venda de produtos;
- ISS: Imposto sobre Serviços. É municipal e se aplica a vendas de serviços;
- PIS e Cofins: Contribuições federais sobre faturamento;
- IRPJ e CSLL: Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido, aplicados a empresas conforme o regime tributário.
Cada empresa vai pagar tributos de acordo com seu regime: Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. A diferença principal está no cálculo e cumprimento de obrigações acessórias, que podem ser bem confusas para quem está começando.
Com a aprovação da Reforma Tributária no fim de 2023, o cenário começa a mudar, trazendo a unificação de cinco impostos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) em tributos únicos como CBS (federal) e IBS (estadual). Segundo a Wikipédia relata, o objetivo é simplificar, mas nos primeiros anos vendedores ainda precisam lidar com o modelo antigo, até a transição ser finalizada.

Política de recolhimento da Shopee
Agora vem a grande diferença da Shopee frente a outras plataformas: a plataforma faz retenções automáticas de impostos em determinadas operações. Ou seja, ela já desconta alguns tributos antes mesmo do valor cair na conta do vendedor.
- Em determinados estados e produtos, a Shopee recolhe ICMS na fonte, repassando ao fisco;
- Em alguns casos, pode ocorrer retenção do ISS e outras contribuições específicas de acordo com o município;
- Além disso, há casos de obrigatoriedade de emissão de nota fiscal (NF-e), o que torna impossível “fugir” da tributação formal;
- Essas retenções aparecem no extrato de vendas, com as siglas e percentuais destacados na plataforma.
O vendedor que esperava receber o valor bruto da venda pode se assustar ao perceber que uma fatia relevante ficou retida. Isso reforça a percepção de que “os impostos Shopee são maiores”, pois já se perde parte do dinheiro antes mesmo de negociar custos adicionais ou repassar despesas.
Diferenças entre marketplaces
E aí surge uma dúvida comum: “mas será que só a Shopee desconta dessa forma?”. A verdade é que cada marketplace lida com a fiscalização de modo próprio.
Algumas plataformas podem recolher determinados impostos só quando a legislação as obriga, enquanto outras adotam retenções amplas, para se protegerem de possíveis riscos fiscais. O critério pode variar conforme o porte, a categoria de produto, a localização do vendedor e as políticas internas.
No caso da Shopee, a tendência é sempre centralizar o recolhimento para todos, de modo a garantir regularidade. O vendedor já arca direto com a tributação, sem margem para postergação ou para aguardar a apuração mensal, como acontece em outros tipos de comércio. Isso, para muitos, causa o sentimento de uma carga tributária na Shopee mais elevada, mesmo que os percentuais sejam parecidos com o padrão legal.
Quando o desconto é imediato, o impacto é mais forte no bolso, e na percepção.
Custos adicionais e repasses
Além dos impostos, outros custos pesam no cálculo final. Não é só com “tributação e-commerce Shopee” que o empreendedor deve se preocupar.
- Comissão da plataforma: A Shopee cobra porcentagens sobre o valor dos produtos vendidos, variando conforme categoria e volume;
- Frete subsidiado: Muitas vezes, a plataforma subsidia parte do frete, e esse valor pode ser descontado do repasse ao vendedor;
- Taxas de antecipação: Se o vendedor optar por antecipar recebíveis, paga um percentual adicional;
- Taxas sobre meios de pagamento: Há ainda cobranças relacionadas ao processamento de cartões, Pix e boletos.
Com tudo somado, o valor líquido recebido pode cair a menos de 80% do valor original da venda, mesmo quando o produto é de baixo custo. Veja um exemplo de cálculo prático, assumindo um produto vendido por R$ 100:
- Comissão Shopee: 12% => R$ 12,00
- ICMS retido: 9% => R$ 9,00
- Frete subsidiado descontado do vendedor: R$ 6,00
- Total de descontos: R$ 27,00
- Valor líquido ao vendedor: R$ 73,00
Esses números variam, mas ilustram como custos e impostos se sobrepõem, prejudicando a margem.

Como reduzir o impacto tributário vendendo na Shopee
Ninguém quer perder vendas, mas também não dá para abrir mão da rentabilidade. O caminho está em planejar a carga tributária na Shopee e buscar alternativas para aliviar o impacto dos descontos e retenções. Algumas dicas simples de aplicar:
- Escolher o regime tributário correto: O Simples Nacional costuma ser mais vantajoso para quem está começando e fatura até R$ 4,8 milhões ao ano. Mas atenção: parcelas variam por setor e faixa de receita. Consulte um especialista para evitar pagar imposto demais.
- Emitir notas fiscais corretamente: A legislação é clara, e sonegação pode custar muito caro com multas e até bloqueio na plataforma.
- Tirar proveito do planejamento tributário: Antecipe o estudo de quanto será descontado em cada venda e ajuste os preços, se necessário.
- Organizar o fluxo financeiro: Controle cada centavo descontado de impostos Shopee, comissões e taxas, para identificar onde pode melhorar a margem de lucro.
- Revisar cadastros: Estar cadastrado corretamente, com CNPJ e código da atividade (CNAE) adequado, pode evitar broncas futuras.
A MCO Contábil, por exemplo, orienta vendedores online nessas decisões, ajustando regime tributário, fazendo simulações de vendas e mostrando como o planejamento adequado corta gastos desnecessários. Esse tipo de cuidado faz diferença para seguir crescendo sem ser pego de surpresa por descontos e multas.
Conclusão
Ao final das contas, a carga tributária na Shopee não é necessariamente mais alta do que em outros canais. Ela só parece maior por conta do modelo de retenção automática e dos vários custos repassados junto com os impostos. Quem vende na plataforma precisa conhecer esses fatores, planejar com cuidado e contar com apoio contábil para evitar prejuízos.
Conhecimento tributário é o que separa o vendedor rentável daquele que sobrevive no sufoco.
Se você sente que sua margem está sumindo, pare e reavalie: será que não está na hora de buscar apoio especializado? Venha conversar com a MCO Contábil e descubra como podemos ajudar a preservar sua lucratividade ao vender na Shopee em 2025. Aproveite todo o potencial do e-commerce com clareza e tranquilidade!
Perguntas frequentes sobre carga tributária na Shopee
Por que a Shopee cobra mais impostos?
Na verdade, a Shopee aplica a legislação tributária como manda a lei, mas o que causa impressão de impostos mais altos é o fato de reter automaticamente tributos como ICMS e ISS direto no repasse. Outros marketplaces podem adotar modelos diferentes, o que dá a sensação de que a plataforma cobra mais, mesmo que a soma dos impostos seja semelhante ao exigido no Brasil.
Como calcular os impostos na Shopee?
O cálculo depende do regime da empresa e do estado/município. O valor a ser recebido é o total da venda menos os descontos de comissão, taxas, convênios de frete e impostos retidos (ICMS, ISS, PIS, Cofins, IRPJ, CSLL). Para não errar, some todas essas deduções antes de definir o preço do seu produto. Uma contabilidade digital como a MCO Contábil pode orientar e fazer simulações para cada cenário.
Vale a pena vender na Shopee mesmo assim?
Sim, desde que o vendedor tenha boa gestão financeira e um controle transparente dos custos. A plataforma oferece um público gigantesco e vários mecanismos para promover os produtos. Porém, sem organização, a carga tributária e os descontos acabam consumindo parte do lucro. Por isso, planejamento é tudo.
Quais taxas incidem sobre produtos importados?
Produtos importados pagam, além dos tributos comuns do e-commerce nacional (ICMS e ISS), taxas de importação, IPI, PIS e Cofins, que variam conforme categoria e origem. Muitas vezes esses custos já vêm incluídos no preço do produto ao consumidor, mas em alguns casos o vendedor nacional pode ser responsabilizado pela tributação, inclusive no repasse feito pela Shopee.
Como reduzir a carga tributária na Shopee?
Algumas dicas são: escolher o regime tributário que melhor se ajusta à sua realidade; manter o cadastro atualizado com CNPJ correto; emitir as notas fiscais conforme exigido; renegociar preços com fornecedores para compensar descontos; e buscar apoio contábil especializado para encontrar brechas legais e ajustar o planejamento tributário. A MCO Contábil está pronta para ajudar você nesse desafio!